AINDA NÃO ESTAMOS AQUI: 80% DOS VOTANTES DO OSCAR SÃO ESTADUNIDENSES.

Por Celso Sabadin.

Muito se fala no prêmio Oscar como se ele fosse uma entidade monolítica, ou até mesmo uma pessoa. “O Oscar prefere isso, o Oscar prefere aquilo”, e por aí vai.

Porém, como se sabe, o Oscar é uma premiação distribuída pela Academia de Ciências e Artes Cinematográficas de Hollywood, um nome pomposo criado há quase um século para limpar a barra e dar um certo ar de superioridade e validação para a indústria cinematográfica estadunidense, que naquela época pipocava em escândalos (aquela meia hora inicial do recente filme “Babilônia”, só pra dar uma ideia, é baseada em casos reais. reais)

E quem faz parte desta Academia, ou seja, quem pode votar no prêmio? Até dez anos atrás, de acordo com um levantamento realizado pelo jornal The Los Angeles Times, a média de idade dos votantes era de 63 anos. A proporção era de 3 homens para cada mulher, e 94% de todos os membros eram brancos.

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Felizmente, de 2014 pra cá houve uma melhora. Ainda incipiente, mas uma melhora. Com a política da Academia, a partir de 2016, de convidar mais membros fora do mercado estadunidense, e atentar para uma amplidão maior de diversidades, este perfil recebeu ares um pouco mais renovados.

Nesta última edição, de acordo com dados do site estadunidense Digital Spy, a Academia contabilizou 10.910 membros, sendo que 9.934 deles estavam habilitados para votar. Não sei porque os demais 976 não puderam votar. Será que não pagaram a anuidade?

De qualquer maneira, entre os votantes, a proporção agora é de 1,8 homem por mulher, e 20% do total são formados pelo que eles chamam de “under-represented ethnic and racial communities”. Ou, em outras palavras, gente que não é WASP (anglo saxão, protestante e branco).

E não se iludam: 80% de todos os votantes ainda são estadunidenses.

Como se percebe, um logo caminho ainda a ser percorrido, na procura pela verdadeira representação social.

(Ilustrações geradas por I.A.)