“JOVENS ADULTOS” DISCUTE COM SARCASMO A BUSCA INSANA PELO SUCESSO VAZIO.
A mesma dupla do premiado “Juno” – Diablo Cody no roteiro e Jason Reitman na direção – volta com mais uma boa história de persongens críveis e reais, e as suas pequenas mas lancinantes dores que, no fundo, são as dores de todos nós.
Agora a personagem central é Mavis Gary (Charlize Theron, ótima), uma bela e solitária escritora que está tentando terminar uma série de livros para o público infanto-juvenil. Ou para o mercado de “jovens adultos”, segundo a nova nomenclatura da indústria editorial. Se o equilíbrio emocional de Mavis já não é lá o seu forte, as coisas pioram ainda mais quando ela fica sabendo que Buddy (Patrick Wilson), seu antigo namorado, acaba de ter um filho.
A partir daí, o filme empreende o clássico tema da volta para casa, da busca das raízes. Mas com um delicioso toque de cinismo, longe, bem longe dos desgastados conceitos de arrependimento e redenção muito comuns deste tipo de roteiro. Ao desconstruir o mito da líder de torcida/rainha do baile e seus distorcidos sonhos de sucesso vazio, Cody desconstroi a própria sociedade americana e suas ruas coalhadas de repetitivos e impessoais fast-foods. E expõe a infantilidade de toda uma geração “Young Adult” que não sabe como crescer nem amadurecer.
Tudo sem deixar de lado um tipo de humor muito peculiar, agridoce, que radiografa com sarcasmo os falsos ícones de um status impregnado de valores invertidos.
Destaque também para Patton Oswald, mais conhecido da televisão, aqui encarnando otimamente o estereótipo do “loser”, peça fundamental na construção do arquétipo americano de sucesso.