MELODRAMÁTICO, “UM AMOR PARA TODA A VIDA” TEM SABOR DE TV

A expectativa era grande para o filme “Um Amor para Toda a Vida”. Afinal, o premiado cineasta Richard Attenborough, de “Gandhi” e “Chaplin”, ainda não havia dirigido nenhum filme neste século. Seu trabalho mais recente era “O Guerreiro da Paz”, de 1999. E mais: para seu novo trabalho, Attenborough havia conseguido um elenco de qualidade e peso, com direito a Shirley MacLaine, Christopher Plummer, Neve Campbell e Brenda Fricker. Infelizmente, porém, as expectativas foram frustradas. “Um Amor para Toda a Vida” não faz jus à fama e ao talento do diretor e do seu elenco.

O roteiro de Peter Woodward (mais conhecido como ator de TV que propriamente como roteirista) é inspirado na situação real acontecida durante a Segunda Guerra Mundial, quando mais de 300 mil militares americanos foram alocados ou passaram pela Irlanda do Norte. Em 1º de junho de 1944, dez desses jovens militares morreram quando um avião B-17 perdeu o rumo e bateu numa montanha. A partir daí, Woodward desenvolveu a história da bela Ethel, uma garota americana disputada por três jovens amigos da aeronáutica: Teddy, Jack e Chuck. Mas Ethel prefere Teddy, e acaba vivendo com ele um romance apaixonado… até os japoneses atacarem Pearl Harbor, colocando os EUA na Guerra e levando para longe da garota o seu amor e seus amigos.

O filme desenvolve a trama em dois tempos distintos, mesclando a época atual com flash backs da juventude dos protagonistas, até que tudo efetivamente se esclareça no final. Porém, a narrativa é levada de forma previsível e melodramática, com sabor e estilo de minissérie de TV, sem grandes atrativos cinematográficos.

Desta vez, Richard Attenborough ficou devendo.