“MAESTRO(S)” E O(S) DRAMA(S) FAMILIAR(ES) DE SEMPRE.

Por Celso Sabadin.

É inevitável! Filmes ambientados nos bastidores da música clássica sempre se revestem de um charme especial. Mesmo porque na maioria das vezes tais produções sabem fazer um ótimo uso de peças sinfônicas em suas trilhas musicais. Fora a aura de arte e grandiosidade que o tema proporciona.

 

O drama “Maestro(s)”, estreando em cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 16/05, tem este clima. Padece, porém, de um roteiro melhor construído.

 

Pai e filho, os maestros François e Denis Dumar (Pierre Arditi e Yvan Attal, respectivamente) são muito bem-sucedidos na profissão. O relacionamento entre ambos, contudo, é dos mais problemáticos, envolvendo antigas e doloridas feridas não cicatrizadas de seus passados. A situação entre ambos piora quando uma falha administrativa convida o Maestro Dumar “errado” para dirigir o prestigioso Teatro ala Scalla de Milão. E as velhas pendências se escancaram.

 

Quinto longa-metragem de cinema do diretor Bruno Chiche (e primeiro a entrar no circuito brasileiro), “Maestro(s)” segue a linha tradicional dos dramas familiares. Talvez até tradicional demais, buscando abordar ciúmes, mágoas, e o recorrente tema do ciúmes entre pai e filho.

O longa sabe utilizar bem o tal clima de charme e elegância citado no início deste texto, mas não o suficiente para superar a fragilidade do roteiro de Joseph Cedar e do próprio diretor.

O pôster do filme – dando um imperdoável spoiler final – também não ajuda muito.

“Maestro(s)” estreia em cinemas de Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Florianópolis, Maceió, Palmas, Rio de Janeiro, São Paulo e Vitória.

 

Quem é o diretor

Bruno Chiche iniciou sua carreira como assistente de direção com Pierre Granier-Deferre em Cours privé (1986); Laurent Heynemann em Les mois d’avril sont meurtriers (1987); Robert Enrico em De guerre lasse (1987) e Jacques Doillon em Comédia! (1987). Trabalhou ainda como assistente de produção em Un Week-end sur deux (1990). Em paralelo, realizou curtas-metragens como Morphée (1985) com Michel Aumonte e Brasero (1989) com Yves Verhoeven e Eric Caravaca.

Dirigiu seu primeiro longa-metragem, a comédia “Barnie et ses petites contrariétés”, em 2001. Em seguida, optou por uma mudança de estilo ao lançar “Hell” (2006) e “Je N’ai Rien Oublié” (2010). Em 2017, dirigiu “L’un Dans L’autre”, que obteve grande sucesso. Consolidou sua carreira atuando como produtor em diversos filmes como “Nos jours heureux” (2006), de Eric Toledano e Olivier Nakache; e “Une pure affaire” (2011), de Alexandre Coffre.