“ENFIM VIÚVA” FALHA NO HUMOR NEGRO.

A atriz francesa Isabelle Mergault, que havia feito uma promissora estreia como diretora no sensível “Você é Tão Bonito” (2005), não conseguiu repetir o feito dois anos depois, ao dirigir “Enfim Viúva”, que chega agora ao circuito brasileiro, com três anos de atraso.

A história fala de Ann-Marie (Michèle Laroque), esposa do cirurgião plástico Gilbert (Wladimir Yordanoff) e amante do construtor de barcos Léo (Jacques Gamblin). Ao saber da morte acidental do marido, Ann-Marie se sente aliviada, pois finalmente poderá se entregar totalmente a Léo, por quem é de fato apaixonada. Porém, antes de qualquer atitude, é preciso manter as aparências junto à família, que não sabe de sua traição.

É exatamente sobre esta mórbida e incômoda situação que o filme tenta – sem sucesso – fazer humor. Os diálogos e as gags são demasiadamente fracos para provocar o riso, ao mesmo tempo em que nem roteiro nem direção conseguem encontrar o difícil tom de ironia e sarcasmo necessário às boas comédias de humor negro.

Já nas últimas cenas, a diretora tenta repentinamente mudar o tom do filme de comédia para drama romântico, e passa a acertar um pouco mais na tentativa de sensibilizar a plateia. Mas já é tarde. Indefinido entre o cômico e o emotivo, “Enfim Viúva” não consegue bons resultados em nenhum destes gêneros.