“ALEGRIA DO AMOR” CELEBRA LUTAS E CULTURAS. 

Por Celso Sabadin. 

No território quilombola em que mora com sua família, no interior cearense, a jovem professora Dulce (Renata Gaspar) sente na pele as consequências de participar da luta pelo direito à terra. Em meio à criminalidade provocada pela máfia da mineração, ela será obrigada a percorrer novos e inesperados caminhos em sua vida, mas sem jamais abandonar a luta pelos seus direitos. 

“Alegria do Amor” é um filme fortemente feminino, no qual a trajetória da protagonista cruzará com várias outras mulheres de personalidades fortes e sofridas histórias de vida.  

Para narrar sua saga, a diretora Marcia Paraiso – que também assina o roteiro, em parceria com Glauco Broering – muniu-se de um elenco de mulheres que, além de Renata Gaspar, inclui Wallie Ruy, Sandra Corveloni, Zezita Matos e a veterana Suely Franco. Juntam-se a elas nesta empreitada vários talentos, atores, atrizes, músicos, cantadores e mestres das artes populares cearenses, que ajudam a criar a ambiência visual, cultural e sonora do longa.  

A despeito das nítidas boas intenções, “Alegria do Amor” resultou em um filme algo desconjuntado, no qual em várias oportunidades nos perguntamos qual seria, exatamente, a linha narrativa que o projeto pretendia seguir. O encadeamento excessivo de uma sucessão de cenas estruturadas sobre longos diálogos, entremeadas com números musicais, tampouco ajuda na fluidez da obra.  

Contrariando esta minha percepção, “Alegria do Amor” recebeu o Prêmio do Público de Melhor Longa Nacional no 32o. Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, em novembro passado. O filme também foi exibido no Transforma – Festival Internacional de Cinema da Diversidade de Santa Catarina. 

A estreia nos cinemas brasileiros é nesta quinta-feira, 06 de fevereiro 

Quem dirige 

Marcia Paraiso dirigiu e roteirizou o longa de ficção “Lua em Sagitário” em 2015 – vencedor do prêmio Ibermedia e realizado em coprodução com a Argentina. Dirigiu também a série “Submersos”, de 2020, e os longas documentários “Terra Cabocla” (2015), “A Maravilha do Século” (2019), “Sobre Sonhos e Liberdade” (2020 – uma coprodução com Portugal) e “Luta da Erva” (2024) – atualmente em lançamento. Também é diretora e roteirista das séries “Invenções da Alma” – três temporadas, (Canal Arte 1), “Visceral Brasil, as Veias Abertas da Música” – 2 temporadas (TVs Públicas e Canal Curta) e “Floresta, Onde a Terra Respira”.